Depois da secular ligação a África e ao Oriente, não nos restava outra alternativa. A Europa a que, de há muito, passe a nossa saga de emigração, havíamos voltado as costas, era o nosso natural destino político-económico. A nossa adesão à actual União Europeia foi, por isso mesmo, pacífica e quase consensual no nosso espectro político-partidário. Sem jamais nos esquecermos que essa integração plena não passa só por colher dividendos e eternos apoios, cumpre-se o nosso Futuro enquanto nação antiga deste velho continente. Por tudo, também eu, não sinto qualquer pejo em elogiar e reconhecer o trabalho empenhado de Sócrates e da sua equipa (sem esquecer o dinâmico, quiçá primordial, contributo de Durão Barroso)! Foi um bom trabalho, de sapador diplomático em busca dos necessários e imprescindíveis consensos, para a unânime aprovação do Tratado. Só mesmo com essa Carta de compromissos, vinculativa a todos os membros, a União terá mesmo pernas para andar.
É hora, agora, de olhar para dentro e, com o mesmo ânimo, compreender o Povo de que é Governo, com a mesma humildade com que soube relacionar com os seus parceiros europeus, enfrentar os problemas internos, inverter rumos, rectificar injustiças e assumir que, antes de tudo, estão as pessoas, as suas carências e necessidades básicas, estão os legítimos anseios e, sobretudo, a dignidade dos cidadãos deste País, contribuintes líquidos dum Orçamento com poucas preocupações sociais.
É esse o Povo que, sabendo reconhecer-lhe o mérito da vitória europeia, espera não continuar a ser, por incúria e alguma arrogância, sistematicamente, maltratado.
Se assim for, e só assim, lhe diremos um dia:
PORREIRO, PÁ!...