Não sei se algum dia os sociólogos darão uma cabal explicação para o fenómeno. Mas o facto, bem constatado, é que as gentes que, por alguma forma, estiveram em comunhão com terras moçambicanas, continuam, pelas sete partidas do Mundo, a manterem vivos traços muito próprios da sua vivência . Após a diáspora a que foram sujeitos, deixando, de alma ferida, os lugares onde nasceram e cresceram ou, simplesmente, aprenderam a amar, não cortaram as amarras do Índico e, sobretudo, mantém perenes valores que sempre os distinguiram: a amizade, a solidariedade e o espírito franco e aberto. Ultrapassada que foi a, nem sempre fácil, fase de adaptação a novas terras, novas gentes, num recomeçar de vida nem sempre conseguido e que reporta ao final dos anos setenta e a década de oitenta, aí está o pessoal a conviver de novo. Recordando as origens comuns e a marca indelével dum sentir a vida muito peculiar.
No sucedâneo de encontros, reuniões e convívios que se vão organizando um pouco por todo o Portugal, foi a vez das Gentes do Parapato, pessoal com ramos de vida na região macua de António Enes, hoje Angoche. São delas as imagens que passei para este "clip". E, ao olhá-las, chega-nos, pelo olhar, a certeza de que a alegria se mantém para lá das muitas recordações e alguma justificada saudade!
Parabéns, Parapatenses!