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domingo, 24 de fevereiro de 2008

Alice no País das Maravilhas...


Nós não vivemos num país em que:
- os ricos são cada vez mais ricos e os pobres cada vez mais pobres;
- os políticos produzem legislação que os proteja dos seus desmandos e dos seus apaniguados;
- se protegem e apoiam os Bancos, as Sociedades Financeiras, as empresas especulativas, enquanto definham as pequenas e médias empresas produtivas;
- se pagam indemnizações, salários e reformas de luxo a gestores públicos, não poucas vezes acabados de largarem as cadeiras do Poder, enquanto se corta nas míseras pensões de quem trabalhou e produziu toda uma vida;
- se degrada a Educação, a Saúde, a Justiça, a Segurança, enquanto se afrontam os professores, se aviltam os funcionários públicos, se desautorizam as policias e as magistraturas e se encerram as estruturas de suporte àquelas áreas;
- se procura o equilíbrio financeiro à custa dos sacrifícios dos mais fracos.
- se.................................................................................................................................................

Nós vivemos naquele País a que a Alice nos transportou numa nuvem cor-de-rosa, no mesmo dia em que numa qualquer Patagónia os habitantes se alagavam nas sarjetas entupidas de incompetência, se afogavam nas margens de rios atulhados de incúria.
Vivemos no País das Maravilhas. O da Alice!

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2008

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2008

O perfume das vedetas


Um trecho duma entrevista do cantor José Cid ao Mirante, em 1/2/2008:


Repórter: Em Portugal fazem-se vedetas muito rapidamente?

José Cid: O marketing faz milagres. Perfuma-se um cagalhão, embrulha-se em papel celofane, coloca-se-lhe um lacinho e anuncia-se que é uma obra de arte.


Gostei ( não do embrulho, mas da opinião do Cid) e registo.

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2008

Vouzela vive!


Foi-se o Ministro, a Saúde ameaça continuar na mesma!
Ainda a indigitada ministra da tutela esperava pela tomada de posse e já gradas figuras do Governo e do partido que o sustenta se apressavam a asseverar que a reforma da Saúde iria prosseguir conforme o programado.
Sem querer diabolizar as mudanças nessa área, assumindo mesmo não ter a Comissão encarregada do estudo prévio dessa reforma produzido parecer tão desastrado, continuo convicto que foi Correia de Campos e os seus directos colaboradores quem se precipitou com a celeridade da sua aplicação no terreno, mesmo antes de estarem garantidas estruturas de substituição capazes de garantirem às populações o inalienável direito à saúde.
Por mim, não embandeiro o arco daquele hipócrita epitáfio que eleva aos céus diabos da vida terrena. Correia de Campos não teve uma postura dialogante e de sensibilidade social. A sua arrogância e teimosia encaixaram bem no perfil do todo governativo. Não soube atender aos desígnios do Povo que devia servir, num Estado que se proclama de Social.
Se estava condicionado pelos seus pares e não era esse o seu propósito, tinha aberto o caminho da demissão. Antes da asneira.
Foi "remodelado", mas se a Politica deste Governo na área da Saúde, como noutras, é para continuar, não se mudem os ministros: mudemos nós o Governo!
Gostei de ver as forças vivas de Vouzela, sede dum concelho com vasta área e população (mesmo assim, por má sina, sem volume satisfatório de eleitores para cativar as atenções dos políticos), protestarem junto do Parlamento contra o cercear dos seus direitos.
E foi saudável - registo-o com regozijo -, ver e ouvir o Presidente do Municipio defende-los, em nome dos munícipes que o elegeram e lhe outorgaram representação.
Vouzela vive!

Colarinho branco


Já por aqui escrevi a propósito do alerta para o "Polvo" gigante avistado pelo Bastonário da Ordem dos Advogados.
As reacções à sua denúncia pública não se fizeram esperar. Dependendo das fontes, e das docas, sectores há que o dizem alarmista e nada conciso, enquanto outros, talvez o grosso dos descomprometidos, se revêem nas suas denúncias e tecem loas à sua frontalidade. Estes últimos, os que compreenderam o cerne das manifestadas preocupações do Presidente da República.
Sem apontar nomes, por vínculos de personalidade ou para se não ver envolvido nas teias jurídicas, ("o feitiço contra o feiticeiro"), mas reportando inegáveis casos concretos de reconhecida opacidade, no mínimo de duvidosa ética, faz-nos reflectir como os políticos vêm, inexoravelmente, e em ritmo acelerado, desde há algumas décadas, imolando a própria Política que abraçaram, fazendo sua.
Tudo sem que a malha da Justiça haja, até agora, capturado peixe graúdo.
A imagem, palpável e pública, que vamos tendo dessa luta anti-corrupção tem-se limitado àqueles banais, e até ridículos, casos de peixe miúdo, de mãos untadas por um interesseiro almoço, um par de botas, um chocolate ou uma garrafa de verde embalada em acetinado papel natalício. É pouco, não é nada. A corrupção não mora aí!
Entretanto, por rios caudalosos, milhões de euros mudam de porto perdem-se nas enxurradas de entrincadas negociatas, em que se movem intocáveis figuras.
Se, como já propalavam os nossos ancestrais, o exemplo vem de cima, não se dispersem os investigadores e as magistraturas no arranjo das fraldas da camisa. Concentrem-se e dêem rápido arranjo nos colarinhos brancos!