Mudei-me para:

quarta-feira, 31 de dezembro de 2008

Cantigas de maldizer...


.... para um final de ano sombrio:

Ao ouvir mais uma notícia de assaltos a bancos, ocorreu-me que as instituições bancárias vêm sendo assaltadas por dentro e por fora.
E, se são diferentes os métodos, pois enquanto por dentro o são de colarinhos brancos por fora são-no de gorros esburacados, há sempre um ponto comum:
Nunca sabemos das quantias furtadas!







O Governo, reunido ontem em mais um Conselho de Ministros, resolveu alargar o ajuste directo de obras públicas até para lá dos cinco milhões de euros.
A justificação é poderem acelerar......
Como se o Zé se convencesse de que, com a mesma facilidade com que ora tomaram medidas para o ajuste directo (sem qualquer concurso público), não teriam abreviado as formalidades para o concurso público.
Com estes ajustes directos a determinadas empresas...por mim, já sei o que vai acelerar..........(se é que alguma vez abrandou...).


terça-feira, 30 de dezembro de 2008

O Salvador?

imagem: in PLENITUDE


Descansai, Professor Bambo e Adivinha Maya. Não terão em mim sombra de concorrência.
Pensei, e escrevi por aqui, - e vou puxar acima -, que, após as eleições naquele Arquipélago, seria resolvido, sem sequelas, o diferendo PR/AR, a propósito do Estatuto da Região Autónoma dos Açores. Falharam, em termos de resultado final, as minhas previsões. Como dizem os "expert" do desporto, no Futebol "prognósticos só no fim do jogo". E, se o Futebol não tem vingado nem se recomenda pela ética e verdade, e nos seus meandros de bastidores tem campeado a corrupção, o clientelismo e compadrio, é bem verdade que vamos tendo a percepção de que a Politica se não tem movido por águas mais límpidas. As previsões, assim, falham, por mais que nos surpreendamos. E falham mesmo aquelas que se apoiaram nas opiniões e análises dos mais consagrados constitucionalistas e juristas de renome. Não me preocupando com a falácia na substância da minha previsão, por não ter acertado num desfecho justo e recomendável para a estabilidade democrática, arrisco, com preocupação bem mais séria, no palpite dos desideratos que levam esta maioria socialista a afrontar, tão deliberadamente, o Presidente da República. - Procurou o PS a vitimização - que, por regra e de que temos exemplos, comporta bons dividendos eleitorais -, desafiando o PR a dissolver a Assembleia? - Ou, pior dos cenários, estará o partido da rosa no clímax da arrogância e da ambição, numa cavalgada, a qualquer preço, desafiando tudo e todos, para a restauração do partido único, de má memória? Não nos esqueçamos que, em tempos de crise prolongada, e a que vivemos já é bem anterior à mundial, aparece sempre um Salvador!
Lembram-se?
_________________________________________________________

Terça-feira, 28 de Outubro de 2008

Anticiclone

Imagem:http://akaoka.com/Image/Acores2.jpg
Nem o PS, autor da proposta, nem os restantes partidos com assento parlamentar, estariam na expectativa de que o PR promulgasse, sem mais delongas, o Estatuto Político-Administrativo dos Açores.

A mensagem de 31 de Julho do Supremo Magistrado da Nação e outros sinais eloquentes que se lhe seguiram, não autorizariam a que alguém ousasse imaginar Cavaco a ceder nos pontos da discórdia, centrados no artº 114º e nº 2 do artº 140º daquele diploma estatutário.

Não foram suficientemente fortes os avisos: estávamos em plena "caça ao voto" nas ilhas açorianas e as forças partidárias acantonadas em S. Bento não pretenderiam perder simpatia, popularidade, prestígio e eleitos naquela Região Autónoma.

E agora?

Agora, nada se passará de gravoso para a equilibrada relação entre os dois órgãos institucionais, nem será este braço de ferro que encavalitará as esferas da roda democrática (por mais gastos que estejam a ficar os pneus).

Quer o partido proponente, quer os da oposição no Parlamento, reconhecerão, na senda do que já vem sendo defendido por consagrados constitucionalistas, que o PR tem do seu lado a força da razão ao rejeitar as polémicas disposições do Estatuto.

Agora que as eleições dos Açores "já eram", está aberta a porta para que se procedam às alterações àquele diploma que, bem lá no fundo da Razão, a maioria dos deputados sabiam ser constitucionalmente necessárias e politicamente razoáveis.

E o que fica depois de tudo isto?

Fica nada. Para além dum breve e, provavelmente, pouco convicto esbracejar de César, que já não tem que se preocupar com o seu estatuto pessoal, ora revalidado, fica o reforço da convicção de que estamos mal servidos de legisladores. Que, mais do que leviandade e incompetência jurídica, pensam, redigem e decidem ao sabor dos interesses político-partidários do momento.

Quanto ao concreto, na actual situação e espaço temporal, a guerrilha institucional está fora dos horizontes, pois não interessará , nem aos desígnios do País, nem às conveniências políticas quer do Presidente da República quer do líder do partido no Governo.


domingo, 28 de dezembro de 2008

Planetas ou asteróides?


De há muito que vinha cogitando nisto. Agora que crise, ou pré-depressão, lhe levantou um pouco o véu, correndo o risco de me chamarem visionário ou lunático,
mais me convenço de que na maioria das democracias ocidentais, o Povo não manda nada (nadica de nada, como diria a minha comadre).
O Poder Económico é quem baralha e dá as cartas. É ele o Astro-Rei, ou Rei Sol, à volta do qual gravitam, quais baratas tontas, os Planetas Partidários, por ele próprio criados para o servirem e para dele se servirem.
Ou, como diria o merceeiro do bairro, trocando por miúdos: nas Democracias ocidentais deste tempo em que vivemos, é o Capital quem detém o Poder. Os Partidos Políticos foram por aquele criados para o servirem e para dele se servirem as clientelas do topo desses aparelhos políticos.
Depois, o Capital constipa-se e lá ficamos todos com receio duma pneumonia!

A coroa e o cocuruto




Os Principes das Astúrias, Felipe e Letizia, e, provavelmente, os da Holanda e Bélgica, entusiasmaram-se com o litoral de Moçambique e preparam-se para comprar ou construir residência de férias junto à Costa daquele país.
E eu, que eles me perdoem este assomo de inveja, maldigo a sorte madrasta de ser detentor apenas duma coroa que, de há muito, se vai perfilando no cocuruto da minha mona plebeia!

Numa época em que se proclama a Paz...


.... ninguém consegue evitar o ódio entre povos, a violência e a guerra fratricidas.
Já é lugar comum proclamarmos que todas as guerras são inúteis e desprezíveis. O conflito armado entre os homens do Hamas e Israel não deixa de ser tudo isso e uma manifestação evidente da intolerância e alguma selvajaria. Que não aproveita a nenhum dos lados em conflito.
Fomos ouvindo que o Hamas, após quebrar as tréguas acordadas, se recreou a disparar rockets, desde Gaza para território israelita, provocando vítimas.
Para além das noticias factuais, não ouvimos os habituais apelos à paz, no sentido de que aquela força irregular da Palestina cessasse as agressões.
Agora, que os judeus respondem às agressões, retaliando duma forma, que se diz de muita violência, aí temos os habituais paladinos da Paz e os senhores do Mundo, exigindo, apelando, aconselhando Israel a suster a agressão que ainda decorre.
Se numa guerra há sempre mais que um contendor, os apelos, as exigências, os apelos terão, forçosamente, de ter mais que um destinatário, para serem credíveis e obterem sucesso.
Numa guerra, nenhuma das partes em confronto é inocente!

quinta-feira, 25 de dezembro de 2008

É só um, o Sol sonhador?

Para lá da sua força e fonte de vida, habituei-me, desde cedo, a descobrir naqueles raios brilhantes algo de mítico e tela se sonhos insondáveis.
Porém, são dois os momentos mais marcantes, o encantamento quase só explicável pela metafísica, na minha já velha memória de vida.
Quando, ainda hoje, assisto à alvorada festiva do Nascer do Sol, afasto as teias do tempo e subo ao Monte da Senhora do Castelo, alto e sobranceiro, com Vouzela aos pés e abraçando Lafões.
Recordo, então, tenros anos, quando, em grupos de jovens madrugadores, num determinado dia do ano, subia ao Monte, desde a vila, sorvendo, até ao alto, o cheiro fresco das acácias floridas e o discreto aroma do rosmaninho.
Lá ficávamos todos, por alguns minutos, sob a protecção da capelinha, aguardando que os primeiros fios de luz rasgassem os píncaros das montanhas distantes.
E ei-lo que chega, apressado e jovial, rompendo a orvalhada primaveril com um sorriso cúmplice, a despontar no horizonte, com uma sinfonia de cores, festejado pelos chilreios da passarada em alvoroço.
Era o clímax dos nossos sentidos jovens. Sentíamos o palpitar da vida no despontar daquele dia de tradição antiga.
Descíamos, depois, o monte em direcção à vila, já com o sol a elevar-se numa festa de luz.

Os anos passaram, tudo é feito de mudanças. Outras rotas, mas sempre o sol a intrometer-se, em surdina, mas com a mesma autoridade mítica, na minha existência já quase adulta.

Demasiado madrugador, aquele sol quente do Índico, raras vezes permitia assistir ao luminoso parto. Quando iniciava o dia, já aquela bola de fogo, irrequieta, tremelicavas lá bem alto.
O encantamento da adolescência havia-se transferido com armas de sonhos, do Nascer para o Pôr-de-Sol, para o ocaso dos dias.
Ficava ali, estático, sentado no tronco do velho cajueiro, e deleitava-me com o recolher alaranjado do astro-rei. Via-o descer por entre os mangais, numas escadas de fios de ouro, por entre os ramos da mata frondosa.
E, quando se espalmava, em chamas dum vermelho vivo, no horizonte vasto, eram outros os aromas, os cheiros da terra, os silvos das aves, que não os do Nascer do Sol de outras épocas e de outras paragens.
Aqueles raios em chamas pairando nas nuvens altas e reflectindo-se numa manta alaranjada na pele fina e azul do oceano, transportavam-me a uma galeria de arte, numa mostra de quadros dos mais famosos pintores da Natureza Viva!
Mas, se aquele Nascer do Sol visto da Senhora do Castelo me apontava para futuro de vida, já aquele pôr-de-sol moçambicano, ainda que belo e exótico, me poderia, sem que o soubesse, transmitir a mensagem de que algo naquele Presente estava a caminho do fim.
E, no entanto, ambos os fenómenos, a tantas léguas de distância, me deixaram marcas de encantamento e me convenceram, definitivamente, que a Natureza como a Vida podem ser belas, quando as encararmos com todos os sentidos com que as divindades celestes nos dotaram. O sonho, incluído.
Mais: que o sol, correndo o mundo de lés-a-lés, é ele próprio, por direito, um eterno sonhador!

terça-feira, 23 de dezembro de 2008

Nas nossas vidas.....


... como nas dos macacos, há sempre alguém a tentar distrair-nos...

Palavras....para quê?

Uma saudação, com votos de Boas Festas, e um LOUVOR de cidadania para os elementos das Forças de Segurança que não são louvados internamente por temperarem boas saladas para os seus superiores hierárquicos, mas que, sem bajulices e panos de lustro, se esforçam e correm riscos diários para exercerem as nobres funções para que foram investidos: a segurança de pessoas e bens.

segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

Já sabiamos....


.... mas o Procurador Geral Adjunto António Cluny, já o reconhece publicamente:

A Justiça não está preparada para punir os poderosos!

Pois, não! De há muito que somos confrontados com essa triste realidade. Os exemplos são vários e de todos os quadrantes e tipo de crimes.
E vai sendo tempo da Justiça se preparar para não se limitar a punir aqueles que não têm garras nem poder para a iludir. Num Estado que se proclama de Direito, há muito que urge que as leis sejam iguais para todos e que os emaranhados jurídicos tecidos com as últimas alterações ao Código de Processo Penal não sirvam para isso mesmo: dar trunfos a quem tem dinheiro para as delongas, os recursos, os apelos e quejandos, artifícios a que os economicamente menos poderosos não podem recorrer.
O Governo que dê exemplo, meios materiais e humanos para que Justiça que se prepare, sem demora, pois temo que a prolongar-se no tempo a sua incapacidade, esgotada a peculiar paciência do nosso Povo, cairá na rua o exercício do Direito.........e do Poder!


domingo, 21 de dezembro de 2008

O Vouga de Angola


Trinta e quatro anos depois, uma mãe reencontra o filho que, após 1975, abandonou Angola, onde nunca mais regressara por força da guerra fratricida que se seguiu à independência daquele novo país lusófono.
Os Portugueses, que , desde há muitos séculos, se aventuraram pelos mares e se enraizaram pelas sete partidas do Mundo, facto que a História não regateia, levaram até aos confins dos continentes a Língua, mas também um pedaço das terras que deixaram no rincão onde nasceram.
A propósito do comovente reencontro do cidadão angolano com sua mãe, na região do Huambo (ex-Nova Lisboa), em Angola, ora ocorrido, ficámos a saber pela noticia que naquela selva africana também existiu Vouga. Uma aldeia, com missão, que é hoje Cunhinga.
Já sabíamos, e por aqui escrevi, sobre a cidade de Moçãmedes, hoje Namibe, e que deve aquele primeiro nome a um governador daquela ex-colónia portuguesa que foi natural da aldeia beirã do concelho de Vouzela, onde me foi dada vida.
Foi a fibra e o arrojo dos lafonenses a aventurarem-se pelo Mundo, num espírito quase heróico que não se quedou no D. Duarte de Almeida!

Do C.M., .....com amor!


- Toma, Zé, é barato......ao preço dum papelinho na urna!

(Tem bem mais tecnologia que as frigideiras que o Valentão vos costuma oferecer!)

quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

terça-feira, 16 de dezembro de 2008

A Lisboa boémia do séc.XIX





Do Cancioneiro do Bairro Alto:


Na terra da putaria
Houve ontem grande bulha
Veio de lá a patrulha
P'ro Carmo levar me queria
..............................................
Mas não me fez espantar
Que tinha vinho nas tripas
Peguei-lhe quatro chulipas
E depois toca a safar....

Um fado cantado por Rafael Roquete (in História do fado):

Quando me enrosco e me enlaço
Nos teus braços apertados,
Esqueço os meus negros fados
No perfume desse abraço;
Então, fatigado e lasso,
Vertigens sinto e tonturas,
Enquanto, querida, procuras
Enxugar os prantos meus,
Prantos dum prazer dos Céus,
As tuas tranças escuras.
Em curvas mansas, airosas,
Da cabeça aos tornozelos,
Vão descendo os teus cabelos,
Às ondas largas, preciosas;
Tem o perfume das rosas,
Da madressilva, e poejos,
Despedem negros lampejos
Como os mais negros brilhantes
São a gruta dos amantes
E o relicário dos beijos.

sábado, 13 de dezembro de 2008

Poetisa Glória de Sant'Anna


Autora de muitas obras poéticas, desde há muitas décadas, Glória de Sant'Anna deixou marca indelével em gerações que passaram por Pemba, aquela idílica cidade no Norte de Moçambique, e de quem foi Professora, em todas as vertentes educativas. Mestre, conselheira, amiga, arrebatou os corações dos jovens que tiveram a dita de serem seus alunos.

E é, Hoje, vulgar, nas reuniões, nos encontros e convívios das Gentes ligadas a Moçambique, a recordação saudosa daquela Senhora que, para além de educadora de mérito, transmitiu aos seus alunos a sensibilidade e a alma da sua poesia, impregnada das cores e dos cheiros daquelas terras do Índico em que as suas vida mergulharam.

Mas, para um conhecimento mais profundo de Glória de Sant'Anna e da Familia Andrade Paes, nada melhor que uma incursão amiga a território do pembista e, também, seu discípulo, Jaime Gabão, por aqui: http://br.geocities.com/andradepaes/

E, numa singela homenagem à grande mestre e poetisa, um poema seu, simultaneamente belo e singelo, em versos rimados no canto melodioso e singular dum MARAPI, aquele pequeno sapinho que pula irrequieto, de tronco em tronco, depois do cacimbo da noite ou das chuvas tropicais, de Moçambique e que, ora, fica por aqui a saltitar nas margens frescas deste meu Vouguinha, vaidoso por o receber no seu leito:









Pousado na fímbria
da sua música
marapi enche a manhã
da próxima chuva.

Sobre o talo verde
em que se apoia
é branco de jaspe
atento e redondo.

Olha-me e sabe
que sou um intruso
e garganta de oiro
murcha de súbito.

Mas está dado o aviso
por sua música
à longa transparência
toda húmida
Glória de Sant'Anna - in AMARANTO

E a mim, que não tive o privilégio de a ter como Mestre, sorte que apenas coube aos meus três irmãos, só por isso e pela sua sensibilidade e mestria poéticas, que soube transmitir aos seus filhos, me é permitido dizer-lhe:

OBRIGADO!

sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

As combinações da Ministra


Notícia dum matutino, dá-nos conta dum episódio que retrata a realidade da Comunicação Social no nosso País no consolado de Sócrates e seu séquito governativo.

Nada que, por aqui, já não haja denunciado. Não é condição fundamental viver as situações. "Vemos, ouvimos e lemos", não podemos ignorar!

De forma sucinta: a Ministra da Educação e a sua colega com a pasta da Saúde, Ana Jorge, apresentavam o plano de combate à sida nas escolas. Acabada a cerimónia, e depois dos discursos da praxe, o jornalista da RTP, pela actualidade do tema, tentou formular uma pergunta a Maria de Lurdes Rodrigues, a propósito da "sua" guerra com os professores.

Foi, então, que o verniz estalou. Ana Jorge, indignada, saiu das trincheiras, em desfesa da sua "companheira de luta" e, logo ali, ali quis tratar da saúde ao jornalista e injectou-lhe a dose:


"O quê? O senhor não sabe o que está combinado? Que hoje só se pode fazer perguntas sobre esta cerimónia e sobre o plano de combate à sida nas escolas? Ainda por cima a RTP, a televisão pública, a fazer uma coisa destas. E, depois, logo à noite, não sai a reportagem"


Sem mais palavras, apenas acrescento que sejam de seda da China, de renda de Barcelos ou do melhor algodão da Índia, não é com estas combinações, com estas roupagens, que se tapam as partes púdicas da nossa prostituída democracia!

quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

Defendam-se do Carjacking!


Façam como os nossos amigos angolanos!

Na falta de réptil, não procurem outro animal feroz para as bandas de S. Bento: aquelas feras só metem medo a Gente de Bem. Aos bandidos, corruptos e afins, não assustam!

segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

Um Adeus a Alçada Baptista


Sem qualquer hipocrisia, mesmo não comungando e algumas das suas ideias, admirava Alçada Baptista enquanto vulto de inteligência e cultura. Como admiro todos os que neste País "macambúzio", se guindam aos píncaros do Saber!
Em 1997, reagi à sua proposta de alteração do Hino, mas fi-lo sem deixar de lhe reconhecer aqueles predicados, que fizeram dele uma estrela do nosso universo cultural.
E é em sua memoria e homenagem que transcrevo aquele "desabafo" de há dez anos. Paz à sua Alma!

Fora de órbita!
Acabei o último apontamento às voltas com Saramago e a "sua" União Ibérica!
Escrevi sobre os símbolos pátrios que, por o serem, merecem atenção e respeito. Sem dispensáveis fanatismos, mas com honra e, sobretudo, sem vergonha ou inculcados temores!
Respeitá-los é respeitarmo-nos enquanto concidadãos.
Reconheci sempre, sem rebuços, o valor dos intelectuais deste País, na seu exercício de vida de sublimação da mente, na inquietação da luta pelo pensar mais além.
O que não impede que questione, muitas vezes, e não concorde outras tantas, com alguns dos seus assomos, tantas vezes, estapafúrdios! Comparo-os, então, com as naves espaciais quando vão além da órbita da Terra: nunca sabemos o que vão encontrar.....o que dali vai sair!
Foi, mais recentemente, o Saramago, já havia sido Alçada Baptista, em 1997.
E o que, no ensejo, escrevi, já lá vão dez anos, tem plena actualidade. Há valores que são imutáveis e não se esboroam com o inexorável passar dos anos:
Ainda se não desvaneceram os ecos do inesperado brado do intelectual Alçada Baptista.
O pouco que ficou foi a estupefacção de muito boa gente, ao ouvir dum homem de reconhecida cultura, uma das estrelas cintilantes do nosso espectro intelectual, numa cerimónia em que era suposto serem exaltados os símbolos e valores da Nação, proposta tão desajustada!
É verdade que as opiniões pessoais só vinculam quem as defenda e salutar é que se respeite esse direito. Mas, perante uma afirmação daquele jaez, proferida em cerimónia oficial, quem pode ficar imune à crítica?
Vou recuar no tempo e passar, directamente, à "questão do Hino", procurar beber um pouco da sua história.
A marcha guerreira que, só após a tomada do Poder pelos republicanos, em 1910, veio a ser adoptada como Hino Nacional, foi composta por Alfredo Keil e Lopes de Mendonça, após o Ultimato Inglês de 1890.
Sabemos do aproveitamento político que os adversários da Monarquia fizeram deste evento: a marcha soava bem, ficava no ouvido, inspirava coragem revolucionária.
Natural foi que o público das revistas (teatro) - então muito em voga - saísse para a rua a cantá-la, após ouvirem os seus acordes no Teatro da Alegria.
Foi tal a colagem desta marcha aos ideais republicanos de então que veio a ser proibida pelo poder monárquico, em 1891.
Vir, agora, um nobel herdeiro dos pais da 1ª República, anti-monárquicos convictos, censurar a marcha que os seus ideólogos predecessores adoptaram como Hino Nacional logo após o triunfo republicano é, no mínimo, desconcertante.
Não creio que um monárquico, por mais fiel que seja à Causa, tivesse a torpe ousadia de o secundar!
Cabe aqui um parênteses: visto, com pragmatismo, mesmo a esta distância histórica, o Ultimato Inglês até nem foi tão nefasto para os nossos interesses coloniais de então, se atendermos ao contexto internacional, com muitos países ciosos das nossas possessões africanas.É que o tratado luso-britânico de 11/6/1891 confirmou a nossa soberania sobre extensos territórios que, reconheçamos, por falta de homens, meios e, talvez, vontade, não dominávamos antes. E esse ultimato acabou por ser a mola que fez despoletar o empenhamento pelo efectivo domínio desses territórios.
E volta a ser curioso como um facto histórico - o ultimato - que acirrou o ódio das massa contra a Monarquia, a quem acusaram de traição à Pátria, e foi o principal estandarte republicano de agitação popular, num pretenso assomo de portuguesismo colonialista, viesse a ser o embrião do Hino Nacional, hoje símbolo de respeito e união, quando sabemos terem sido os lídimos defensores dos homens da Maçonaria e da Carbonária de então, a apressarem-se, já nos nossos tempos, a defenderem com denodo e a provocarem, com pressa e grosseira precipitação, sem honra, sem glória e sem futuro para os Povos colonizados, a entrega desses territórios, os tais que se integravam no tão badalado Mapa-Cor-de-Rosa!
Mais valeria que os primeiros o tivessem feito então e antecipassem, em quase um século, o abraço à Europa que nos estava a ficar tão longe. Além do mais, teriam poupado muito sangue, traumas, suor e lágrimas, a milhares de heróis do mar!...
Com este pressuposto, sim, Lopes de Mendonça teria escrito outra letra para a marcha que Alfredo Keil compôs para fim de acto da revista política "Torpeza", em cena no Teatro da Alegria, já lá vão mais de cem anos.
Mas, é evidente, sem qualquer ironia, nenhuma destas constatações dá legitimidade, de qualquer natureza, a quem quer que seja, para alterar um facto histórico.
Não aceito, ninguém de boa fé o fará, que, ao sabor dos tempos e das marés, se vão substituindo (ou decapitando) estátuas, nomes de ruas, de monumentos, de obras de arte. Os factos históricos, positivos ou negativos, consoante a perspectiva de cada um ou de cada grupo, aconteceram na realidade, são marcas indeléveis no imaginário colectivo de cada nação e deles há ilações a tirar.
E é com factos históricos - positivos ou negativos -, que os membros duma Sociedade melhor se esclarecem para as grandes opções do futuro, enquanto interventores nos processos evolutivos.
Alterar ou suprimir o Hino Nacional só porque ele faz apelo "às armas" em tempo de paz, como pretendia Alçada Baptista, mais do que um acto gratuito, seria uma afronta à História.
Mas, ainda que se aceitassem os argumentos, supostamente, pacifistas do proponente, quem recusará reconhecer que necessitamos de armas, muitas armas, que não as da guerra, mas as económicas, de trabalho, de saber, com perseverança marcharmos contra os "canhões" que são os escolhos, os obstáculos, as lutas económicas, que se nos vão deparando na Europa do nosso destino?! Não é demagogia, é um desafio bem real e actual.
É que Alçada Baptista, de quem não descremos do elevado grau de cultura e iluminismo, não se compadecendo com imagens literárias ou não não reconhecendo que somos um povo de poetas, estava a condenar Camões no próprio dia em que lhe foi cometida a missão de o celebrar: o gigante Adamastor seria mesmo, e só, um monstro horrendo que devorava as nossas caravelas? O Velho do Restelo seria apenas, singularmente, aquele velhote rabugento que se postava no areal a praguejar contra a partida das nossas naus?
Nada disso, como é óbvio. Alçada Baptista deve ser um homem inteligente, que conhece o valor dos símbolos e das imagens. Pretendeu, com a sua proposta, uma centelha de luz dos projectores televisivos que lhe iluminem o crepúsculo de homem público?! Talvez.....
Por mim, mantenho que continuo a sentir-me bem ao ler, ouvir ou cantar toda a letra do nosso Hino e não me envergonho do orgulho que sinto quando onze jovens de equipamento verde-rubro o fazem em uníssono nos campos de futebol, ou quando a pequena Rosa Mota, a nortenha Fernanda Ribeiro, a morena Carla Sacramento, o entoam, com sentidas lágrimas nos olhos, enquanto desfraldam e acenam com a bandeira que sentem sua e de todos nós.
Bandeira que, mais do que o Hino, reúne em si séculos de história, pois se o esperançoso verde e o revolucionário vermelho lhe foram atribuídos pelos republicanos, os brasões, os castelos e a esfera armilar em muito os antecederam.
E, já agora, correndo o risco de a muitos ter de pedir perdão, aventuro afirmar que mais de 90% dos portugueses com menos de trinta anos não faz uma leitura plena dos símbolos da sua e nossa Bandeira.
Não os culpemos. Julguemos antes os complexos que se criaram quanto ao ensino da História nos bancos das nossas escolas. Gerou-se um sentimento de pavor em transmitir os eventos verdadeiros, as fases de glória e crise da Nação, e de tal forma que, tempo houve, em que soava a pecadilho político falar em Pátria!
Como se alguém tivesse medo da verdade histórica!
Certo é que as matérias de várias disciplinas foram bruscamente alteradas, mesmo a nível universal, pelos acontecimentos que foram ocorrendo de forma célere por todo o Mundo, mas não creio que fosse só essa a razão de tanto trabalho dado aos tipógrafos.
É que os "fazedores" de história do nosso país, nos primeiros anos pós-revolucionários, faltaram ao rigor, opinaram de mais e viram-se aflitos quando tiveram de informar e corrigir que, afinal, as maravilhas económicas do Leste, do Sol da Terra, por exemplo, tão profusa e apaixonadamente apregoadas nos compêndios, não passaram duma miragem, dum logro narrativo.
Nesse período, estudou-se mais a história de certos países predilectos, por conveniência revolucionária, que a de Portugal.
E os tristes resultados vêm depois.....alguns anos depois.
É certo, e justo reconhecê-lo, que antes da Revolução de Abril de 1975, mais do que o rigor histórico, o método de os transmitir deixava muito: era o culto da personalidade, em que, passe o exagero, era primordial saber da cor dos olhos duma Infanta ou se este ou aquele rei era bígamo ou beato, do que conhecer o cerne dos acontecimentos e dos ciclos evolutivos. Mas o estudo da História Pátria era exaustivo e, arrisco mesmo, comparativamente, menos tendencioso.
Ter-se medo que o Povo conheça profundamente a sua História, é temer a verdade. Quem teme a Verdade?

sábado, 6 de dezembro de 2008

Humor para fim de semana


Caiu-me na caixa de correio e, ao que parece, anda por aí, algures num galinheiro da net
CONTRA-MANIFESTAÇÃO!

O Pastel de Vouzela de parabéns!


Completa, hoje, dois anos de vida, este simpático lugar que tem como princípio assumido pugnar pelo progresso e qualidade de vida da Terra e Gentes de Vouzela.

Parabéns e nunca esmoreçam!

Mais pertinentes do que nunca....




....repesquei, pela actualidade:




Segunda-feira, 17 de Dezembro de 2007

Frases de ouro!


Há frases que valem por uma enciclopédia.
Algumas, como as que aqui reproduzo e proferidas por Marques Vidal, numa entrevista
concedida a um matutino, dependendo da perspectiva de quem as lê, obrigam à reflexão....e à preocupação.
Para mim, valem ouro. Pela substância e pela coragem:


quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

Eles já andaram por aqui


E inevitável: por mais segurança que tenhamos, por mais carrapatos que os sentinelas eliminem, há sempre toupeiras mais tecnicamente evoluídas (e..., talvez, bem pagas) que invadem o nosso território virtual.

Resistindo a uma adequada fumigação , melhor que o exterminador implacável foi uma formatação para cortar a garra ao mamífero do subsolo.
Deu, e ainda está a dar, algum trabalho, mas carrapatos e toupeiras regressaram para o local de onde nunca deviam ter saído: a lixeira da net!

quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

terça-feira, 2 de dezembro de 2008

Ontem, a sério, hoje......


..... para descontraír.


Do blog do meu amigo Pedro Cabeçadas http://faroleste.blogspot.com/, com a devida vénia:

Diz o povo que :- "De Espanha nem bom vento nem bom casamento"!

E o povo é sábio!A última que me contaram, e que vem de Espanha, é que os espanhóis também comemoram o 1º. de Dezembro!

Porquê ?"Porque se viram livres dos portugueses...."

segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

Hoje é feriado?

Bem pela manhã, ao tomar a bica do despertar, a interrogação andava na boca ignorante de alguns frequentadores do Café: - Hoje é feriado, porquê?

Lembrei-me, debruçado sobre o balcão frio, numa retrospectiva às últimas décadas, que a Restauração da Independência foi passando despercebida à maioria dos Portugueses, sem direito às mediáticas celebrações na Assembleia ou em garbosos desfiles de rubros cravos.




Não esqueci, do mesmo modo, aquele deplorável cenário dum magote de pseudo revolucionários junto ao Largo Camões, já lá vão uns anos, a invectivarem e a lançarem raivosos assobios contra um punhado de simpatizantes monárquicos que, ordeiramente, celebravam a efeméride.


Quase tivera , naquele ano, a amarga percepção, errada, quero crer, de que a República se não revia no acto dos "nacionalistas" de 1640, só pelo complexo de que aquela Revolução libertadora
fora obra da Monarquia.


Pior, ainda, lembrei-me das atoardas de alguns sectores, auto proclamados intelectuais de esquerda, e outra fauna similar, que, deliberadamente, confundem "Pátria" com fascismo, enquanto entoam loas e batem acaloradas palmas aos seus ídolos das Caraíbas que defendiam, e defendem , "Pátria ou Morte!".


Ou os que, com estes, defendiam e apoiavam acaloradamente ( e bem), os nacionalismos africanos, ao mesmo tempo que, neste rincão continental, procuram meter no mesmo saco nacionalismo com xenofobia ou nazismo.


Quando me libertei destes pensamentos, o café esfriara e jazia junto à metálica e desprezível moeda de cinquenta cêntimos.


Era hora de passar um olhar breve pelos matutinos.



Nenhum deles fazia referência de relevo à comemoração deste feriado. Desfolhavam-se e mais parecia que hoje, 1 de Dezembro, era o Dia do BPN!
Da Revolução de 1640, pouco ou nada.

" Eis senão quando", ao desfolhar o C.M. nas conhecidas páginas "cor de rosa", sob o título VIDAS, lá para o fim do matutino, onde podemos saber do último namorado da Merche, dos kg de botox da Sara, das bebedeiras da Britney, das caganças e Chanel do Castelo Branco, surge o "nosso" Primeiro, de fato janota, estrela brilhante do sexteto da elegância europeia.


Quando regressei a casa, esfregando as mãos que o frio arrefecera, senti que está fatalmente congelada toda a Memória duma Nação com quase nove séculos. Que são outros os heróis que não aqueles que lutaram e deram vida pela sua Liberdade e Independência! E desiludido, ao constatar que das esferas do Poder só há apelos à união e ao nacionalismo, ao patrotismo, dos Portugueses, quando lhe são pedidos sacrifícios e exigidos apertos de cinto.


E vim para aqui escrever este amargo desabafo, para não ter que me libertar dum outro aperto, o da alma, e gritar, como sempre, porque a Pátria á um valor que esteve, está e estará sempre acima dos Regimes, dos cambiantes, do entulho e dos janotas da Política, mesmo daqueles que actuam como se a Democracia fosse uma coutada partidária :


Viva a Pátria! Viva Portugal Livre e Independente!

sábado, 29 de novembro de 2008

Humor com gelo!


Do http://foreverpemba.blogspot.com/ do meu amigo Jaime Gabão.
Por mim, legendaria assim:
Um português da classe média, na era pinto de sousa, operando no "Magalhães"...

quarta-feira, 26 de novembro de 2008

Os mineiros de Aljustrel....

....ou de como se fazem promessas que, à partida, não há certeza de serem cumpridas.
Para desolação e vil tristeza de quem sempre ganhou o pão, esburacando nos túneis das minas .....e nos socalcos da vida.
A pensar naquela vila e nas suas Gentes, com quem tive o prazer de privar durante um ano, fica um postal ilustrado daquela terra alentejana:



terça-feira, 25 de novembro de 2008

Há sinceridade nisso? Não há..não há....


Um dia destes, penso que no passado Domingo, inserido no programa "ecoeuropa", um dos canais televisivos de notícias, abordava o tema da defesa do meio ambiente na Eslovénia. Entre reportagens e entrevistas aos activos defensores dos ursos e outros animais em vias de extinção naquele país, bem como dos rios e outras mais valias da Natureza, surge no ecrã uma das ecologistas trajando um sumptuosos casaco de peles (ou imitação muito perfeita), enquanto debitava apelos para a necessidade da preservação da fauna e da flora locais.

Ridículo o exemplo, para tão séria causa!

À minha mente, que, a momentos se perde com laivos de despudor, ocorreu logo - e que Deus me perdoe -, aqueles sofríveis exemplos dos párocos, alguns, que nas vilas e aldeias deste santo torrão luso, lá do alto do púlpito clamavam para os seus fiéis ouvintes da missa matinal, da nobreza da castidade, da pureza da fidelidade, para, lá mais para o fim da tarde, irem espichar nas pipinhas dos servos da Igreja do lugar da pregação, ou melhor, darem uma dentadinha na maçã do sacristão.

Bem o tal dizia:

Escuta o que eu te digo, não olhes para o que eu faço!

domingo, 23 de novembro de 2008

As estações floridas...


... cativavam, nos idos anos sessenta, a atenção do pessoal que tinha por função manter os velhos e ruidosos vouguinhas nos carris, desde a Sernada até Viseu.

Por mais que uma vez, foram as de Lafões contempladas com prémios honrosos com que a CP procurava incentivar os seus servidores no embelezar das gares que geriam.

E mais uma foto, de meio século, saída do pó do baú, evocou-me o ano em que a Estação de Vouzela obteve um florido galardão máximo.

Entre duas apitadelas de comboios, que iam dobrando a curva do Vale Escuro, o pessoal da estação, após mais um copo apressado no escondidinho, nas traseiras da taberna, onde está hoje implantado "O Meu Menino", preenchia os tempos mortos com o tratamento dos canteiros do jardim da estação.

Recordo o entusiasmo do Chefe João Henriques Cardoso, já no descanso eterno, que mobilizava todo o pessoal de serviço, e não só, para as tarefas de guindar a sua "menina", a que se dedicava de corpo e alma, ao altar das mais belas da Linha do Vouga. É dele e do seu grupo, a velhinha foto que encabeça esta incursão ao passado.

Tempos idos, realidade que o Progresso venceu, sem que o possamos recordar com saudosismo, evocamo-lo como imagem sempre presente na memória dos lafonenses mais vividos, que se habituaram aos silvos alegres, por entre acácias e giestas, daqueles comboios fumegantes que se guindavam, serpenteando o Vouga, do Mar azul até à Serra verdejante!

Passado quase meio século...




... na calmaria duma tarde de Domingo, voltei ao baú das memórias. É como abrir o alçapão duma arca de recordações. Boas, más, assim-assim... que são mesmo isso os pedaços da vida.
Não sendo treze, não há "Fátima", ainda não sendo noite, não há "Fado". Domingo à tarde....só resta mesmo o Futebol.
Ainda acabrunhados, corridos dos Brasis com seis caipirinhas, à espera que o meu Benfica ganhe em Coimbra, depois dos leões terem devorado uma lampreia na foz do Mondego, nada melhor que evocar aqueles tempos remotos de meados dos anos sessenta em que o futebol era um desporto de emoções e de poucos cifrões. Tempos do verdadeiro amor à camisola e à terra que se representava, naquelas disputas regionais.
No velhinho Campo das Chãs, ali às Beijocas, em Vouzela, tinham marca na agenda semanal aquelas peladinhas, onde os joelhos sangravam na areia e nos valia sempre o São Anibal, com a sua tintura e mercurocromo.
Quando não jogavam os Vouzelenses, jogavam os Académicos , uma rapaziada jovem que frequentava o Colégio de São Frei Gil, tudo malta fixe e entusiasmada (menos eu....que era levado da breca (rsrsrsrsr...) e que, como outros, servia as duas senhoras, a equipa de Vouzela e a do Colégio, quando os jogos não coincidiam no mesmo horário).
Lá estavam, no tal baú os registos a preto e branco dos tais dinossauros que jogavam por amor à camisola....e ao desporto e ninguém esperava os milhões que, Hoje, levam ao vedetismo e, quantas vezes, ao abismo.

sábado, 22 de novembro de 2008

Comissões de Inquérito

Dias Loureiro, na sua qualidade de Conselheiro de Estado, solicitou ser recebido na AR para se submeter a uma audição a propósito do caso BPN.

Enquanto alguns partidos com assento parlamentar tentaram viabilizar esse seu desiderato, a maioria socialista inviabilizou-o, alegando que a sua presença naquele órgão institucional seria considerada uma ingerência nos assuntos da Justiça.

O que, registo-o, até foi uma posição assertiva, considerando a justificação utilizada.

Espanta-me - ou nem tanto -, é a mesma bancada socialista no Hemiciclo a exigir a comparência do Procurador-Geral da República, precisamente para dar explicações sobre o mesmo caso escaldante, sabendo todos que, assim que o homem abrir a boca para falar do BPN, estará, ainda que sem intenção, a revelar pormenores da investigação. De contrário, só entrando mudo e sair calado!

E surgem as interrogações acerca dos motivos que levam o partido no poder a usar de dois pesos e duas medidas, mais depressa do que um macaco demora a coçar o rabo!

Incoerência? Uma agenda muito própria da bancada PS?

Só eles poderão responder.

A nós, o direito de desconfiar, mais uma vez, da bondade das decisões destes senhores absolutos do Parlamento.

Ainda relacionado com o caso BPN, admitindo, até, que o hajam feito com louváveis propósitos, veio o CDS propor a instauração dum inquérito parlamentar a este escândalo financeiro.

E o meu espanto, desta feita, não é tanto por qualquer incoerência. Apoia-se na convicção, que se foi sedimentando ao longo de muitos anos, de que os resultados palpáveis das comissões de inquérito, e foram muitas, empreendidas pela AR, na sua esmagadora maioria, mais não foram que pinhões chochos. Inócuas, logo inúteis.

Não esquecemos, ainda, "o Caso Sá Carneiro". Comissões sobre Comissões, centenas de audições, e tudo se foi arrastando, penosamente, ao longo dos anos sem que os eleitos tenham apresentado junto do povo que representam algum resultado concreto.

Já lá vai mais de um quarto de século desde o funesto acidente/crime e, a par da mortalha que cobriu aquele estadista e seus companheiros de infortúnio, um nebuloso manto de dúvidas e legítimas desconfianças continua a camuflar toda a verdade dos factos.

Sendo assim, a instituição Assembleia, mais não deve que deixar a instituição Justiça desenvolver, sem empecilhos inúteis ou ingerências embaraçosas, o seu trabalho de investigação e , sempre que for caso disso, de punição dos criminosos comprovados.

Compete à primeira, isso sim, prestigiar a Magistratura e, sobretudo, aprovar leis exequíveis, para que esta possa servir-se das ferramentas adequadas e não de diplomas absurdos e contraditórios que façam da legislação portuguesa uma autêntica floresta de enganos.

No caso BPN e em todos os que vierem a ser despoletados, muito especialmente nos de colarinho branco, que sejam os órgãos competentes, sem dúbias intromissões, a investigar a verdade dos factos, se por mais não for, para que não surjam as tão badaladas teorias da conspiração.

Ou melhor, e como bem diz o Povo:

Cada macaco no seu galho!

quinta-feira, 20 de novembro de 2008

Cada cavadela...


...cada minhoca!
Decididamente, MFL, actual líder do maior partido da oposição, não é política! Pode ser uma excelente tecnocrata, uma mulher decidida e amiga da verdade, sem sofismas e sem a hipocrisia que grassa e galopa por aí, mas faltam-lhe aquelas e outras "matreirices" para que se afirme como animal político.
E não é por isso - muito pelo contrário -, que não votaria nela, enquanto candidata à chefia do governo. A concepção pessoal que tenho da senhora, pelos desempenhos de que já foi protagonista noutros elencos governativos, é que com ela à cabeça dum futuro próximo executivo, sobretudo na vertente social, teríamos mais do mesmo.
Mas é do aproveitamento, que, pessoalmente, considero de política baixa, para não ir mais longe na adjectivação, feito, em passo de corrida, sem prévio aquecimento, por sectores do partido do poder e do seu próprio, para além de comentaristas afins, a propósito da sua frase
"Quando não se está em democracia é outra conversa, eu digo como é que é e faz-se. E até não sei se a certa altura não é bom haver seis meses em Democracia, mete-se tudo na ordem e depois então venha a Democracia", que vou tentar reflectir.
Ouvi. E, reconhecendo a minha falta de traquejo nestas manigâncias do maquiavelismo político, a anos luz de muitos iluminados que julgam de tudo saber, entendi, como muitos, de boa fé, entenderam, que o que MFL procurou transmitir foi de que o actual governo usou de estratagemas nada democráticos para impor as reformas aos médicos, juízes, professores..., função pública no seu todo.
E não teria sido só ela a qualificar o método de pouco democrático, se a intenção do executivo foi de, previamente, fragilizar aqueles corpos profissionais, com alto estatuto em qualquer Estado de Direito, junto da Opinião Pública, para depois, sem grandes contestações de massas, lhes impôr as suas medidas reformistas, provavelmente, muitas delas lesivas dos seus direitos legalmente adquiridos.
Nesse contexto, MFL, estabeleceu, naquela frase, tão insistentemente explorada, a imagem de que é de duvidosa democracia esta estratégia do actual governo.
E, convenhamos, não tem sido só ela a brandir o verbo contra os atropelos e debilidade democrática desta maioria absoluta, quiçá, ela sim, transpirando arrogância e estilo autoritário.
Mais, o aproveitamento político daquela frase irónica, politicamente evitável para uma candidata, serviu, como já vem sendo hábito, para desviar as atenções do conteúdo substantivo das denúncias constantes da entrevista de Manuela Ferreira Leite.
Aliás, na senda do que, em 11/11, por aqui escrevi:
.......................................................................................................................................................................
Os tiques e os truques são já demasiados por parte do espectro do partido do governo, para que não ressaltem à vista e entendimento dos mais incautos. O desfocar da substância das discussões importantes está a ser táctica igualmente já indisfarçável, tantas vezes tentam mudar as agulhas sempre que sentem o comboio perto da estação certa, valorizando banalidades em desfavor dos assuntos de relevo para a vida nacional, sempre que estes vêm à liça pela voz da oposição......................................................................................................................


Bem queria ter exagerado na apreciação!

quarta-feira, 19 de novembro de 2008

O pôr do Sol na Baía de PEMBA

Sendo a terceira maior baía do mundo, para mim é a mais bela.

Quem lá viveu nunca esquece. Ficou com as cores daquele sol e os brilhos cálidos do entardecer marcados no código genético. E, na alma, com a sensibilidade e a energia daquela dádiva rara da mãe Natureza!

Pemba, no norte de Moçambique, é, nas minhas melhores memórias, sempre celebrada!


terça-feira, 18 de novembro de 2008

As toupeiras


"Máquina eleitoral e uma máquina de poder, que deixou de ter vida própria e autónoma"


São as palavras de Manuel Alegre, ao classificar o partido político de que é militante.

"Máquina eleitoral" e "máquina de poder" duas condições que, na acção, podem trazer alguma credibilidade ao que se vai dizendo de boca em boca e em desabafos nos blogs que pululam na net, de que o PS, para além dos apaniguados de sempre e outros oportunistas e militantes convictos, tem avençados, por si ou por interpostas agências, comentaristas profissionais, controlados por assessores de comunicação, que desenvolvem um autêntico trabalho de toupeiras da Informação.

Diz-se que essas toupeiras, para lá de outros serviços junto dos órgãos de comunicação social, têm por missão trabalhos de sapa no espaço virtual, onde serão olheiros atentos e interventores residentes, procurando, sistematicamente, desmontar peças de opinião que sejam perversas ao governo ou incómodas para as forças do Largo do Rato.

Não tenho meios para comprovar a existência de tais toupeiras mercenárias, mas a existirem, esse fenómeno de comentadores profissionais que, sem ideologia própria ou militante, se colocam ao serviço de "marketing" partidários, evocou-me o que se passava nos já longínquos anos do PREC.

Esses, sim, episódios que comprovei e vivi.

Decorria o atribulado ano de 1975. Os partidos políticos despontavam como cogumelos, as paredes, os prédios de Lisboa, iam ficando atapetados de slogans e mensagens políticas, de tal forma que nem as paredes interiores da Assembleia Constituinte escapava ao furor da propaganda partidária.

Numa tarde primaveril, ali ao Largo do Calvário, no edifício da Promotora, um grupo de quatro jovens, armados de balde e braçadas de papéis, colavam cartazes, na falta de mais espaço livre, por cima dos já existentes.

Curioso, por não haver deslindado, ao primeiro olhar, qual o novo partido em promoção nos lençóis publicitários que os rapazes iam abrindo, interroguei-os acerca do projecto social defendido para o país por aquela força política.

A resposta veio célere e em uníssono:

- Sabemos lá nós! O que nos interessa é que eles nos paguem no fim do trabalho!

Tal como as bruxas, nunca vi toupeiras, mas que as há, há!

sábado, 15 de novembro de 2008

Canal de Moçambique



Do ForeverPemba, com a devida vénia, a que apenas acrescento um breve comentário:

- Aspecto negativo: crimes são sempre crimes, sejam cometidos em nome de Deus ou do Diabo, sejam no Darfur, em Lisboa, na Califórnia ou em Moçambique. Há que denunciá-los e combate-los, aqui, lá.....em todo o lado.

- Aspecto positivo: o facto de ser já possível, em Moçambique, debater-se este e outros assuntos e procurar-se justiça, é um sinal de que se caminha para a normalidade e alguma democracia.....e que a verdade é como o azeite: pode demorar, mas acaba por vir acima!


A notícia:


Crimes da Frelimo em discussão na Comissão Africana de Direitos Humanos e dos Povos!
Nov 13, '08 7:04 PMfor everyone
Execuções sumárias da Frelimo chegam a fórum africano.
Queixa contra o Estado moçambicano implica Armando Guebuza.
A participação foi remetida ao Secretariado da Comissão Africana dos Direitos Humanos e dos Povos, pela advogada da família Zitha, a Professora Dra. Liesbeth Zegveld, em nome de José Eugêncio Zitha, e do filho deste, o professor universitário, Paceli Zitha, soube-se em Abuja onde decorre a 44.ª Sessão da Comissão Africana dos Direitos Humanos e dos Povos.

Maputo (Canal de Moçambique), 12 de Novembro de 2008 - Foi oficialmente aberta segunda-feira última na capital nigeriana, Abuja, a 44ª Sessão Ordinária da Comissão Africana dos Direitos Humanos e dos Povos. Este organismo da União Africana vai discutir, entre outros pontos, uma queixa apresentada contra o Estado moçambicano em nome de José Eugêncio Zitha, e do filho deste, o professor universitário, Paceli Zitha. A queixa foi remetida ao Secretariado da referida Comissão pela advogada da família Zitha, a Professora Dra. Liesbeth Zegveld.

De acordo com a queixa a ser analisada pelos juristas da Comissão Africana dos Direitos Humanos e dos Povos, no dia 26 de Outubro de 1974, o então ministro da Administração Interna do Governo de Transição de Moçambique, que funcionou até à proclamação da Independência, e actual presidente da República, Armando Emílio Guebuza, intimou o cidadão José Eugêncio Zitha a participar numa reunião de Grupos Dinamizadores. Ao entrar no recinto onde decorria a reunião, para onde havia sido encaminhado numa viatura militar na companhia de soldados fortemente armados, o cidadão José Eugêncio Zitha foi humilhado e acusado de traição.

Lê-se ainda na queixa que foi “o Sr. Guebuza quem ordenou a detenção” de José Eugêncio Zitha, sem contudo lhe terem sido dadas as razões, nem tão pouco os familiares sido informados ou notificados do caso. Acrescenta a queixa que o cidadão José Eugêncio Zitha deixou repentinamente a Cadeia Judiciária em Maputo sem conhecimento dos familiares. Estes viriam apenas a tomar conhecimento de que o cidadão José Eugêncio Zitha se encontrava sob prisão no Centro de Preparação Político-Militar de Nachingwea, na Tanzânia, através da leitura de um artigo inserido no jornal Tanzania Daily News publicado em Dar es Salam.

O artigo, publicado na edição de 23 de Abril de 1975, dizia que o cidadão José Eugêncio Zitha havia sido apresentado publicamente no decurso dos julgamentos sumários presididos por Samora Machel e em que desempenhou papel de relevo o coronel na reserva, Sérgio Vieira.

Desde essa data, adianta a queixa apresentada à Comissão da União Africana, os familiares de José Eugêncio Zitha não mais tiveram notícias suas.

Na queixa, a advogada Liesbeth Zegveld afirma que os queixosos, nomeadamente José Eugêncio Zitha, e o filho deste, Professor Paceli Zitha, viram violados os seus direitos consagradas nos Artigos 2, 4 5, 6 e 7 da Carta Africana dos Direitos Humanos e dos Povos.
O Artigo 2 refere que “todos os indivíduos deverão ter direito ao usufruto dos direitos e liberdades reconhecidos e garantidos” nessa mesma Carta. O Artigo 4 trata da “inviolabilidade dos seres humanos” e do “direitos dos mesmos à vida e à integridade da sua pessoa”, e no artigo seguinte vem explícito que “todos os indivíduos terão direito ao respeito pela dignidade inerente aos seres humanos e ao reconhecimento do seu estatuto legal”.

O Artigo 7 citado pela advogada dos cidadãos José Eugêncio Zitha e do Professor Paceli Zitha refere em particular “o direito a julgamento dentro de um prazo razoável por um tribunal imparcial.”

Nos julgamentos sumários de Nachingwea compareceram várias centenas de cidadãos moçambicanos presos arbitrariamente ou até mesmo raptados em países estrangeiros, como foram os casos do Reverendo Uria Simango, da Dra. Joana Simeão, de Paulo Gumane, Adelino Gwambe, entre outros. Nenhum deles teve direito a defesa legalmente constituída.

O travesti de justiça encenado pelo coronel na reserva, Sergio Vieira na base militar de Nachingwea, culminaria na execução sumária de muitas das vítimas do processo extrajudicial que em Moçambique assinalaria a inauguração da era da chamada “justiça popular”. (Redacção)

Alguns post's que referem crimes ainda impunes praticados pela Frelimo e seus "heróis de barro". A ficha criminal é extensa:
Moçambique 1980: Operação Produção - Aqui!
Campos de reeducação: O silêncio cúmplice da Cavaco e Silva - Aqui!
As chicotadas que dividiram e aterrorizaram Moçambique - Aqui!
Banco de dados - A. Guebuza: de marxista a empresário - Aqui!
- Do ForEver PEMBA: http://foreverpemba.blogspot.com/
.

quarta-feira, 12 de novembro de 2008

A frase da semana

"... Cambada de ingénuos..se o Sócrates disser que os cavalos voam, amanhã de manhã, muitos olham para o céu…"
Anónimo

terça-feira, 11 de novembro de 2008

Força para um amigo!

Os votos não ajudam, desejar força à distância não dá alento; as palavras, por mais sentidas que sejam, não substituem os remédios nem são cura, mas não posso deixar de expressar a minha solidariedade para com um bom amigo que se encontra enfermo. Um amigo que trilhou, como eu, caminhos de perigo, noutros tempos, noutros continentes.
Coragem, amigo!

Tiques e truques na cartilha


Quem não teve oportunidade de assistir e tiver pachorra, pode ver e ouvir o que se passou ontem no "Prós e Contras" da RTP1:
http://ww1.rtp.pt/icmblogs/rtp/pros-contras/index.php
E, no fim, despido de qualquer ideologia , ter a coragem de, mesmo não sendo psicólogo atento, dizer-me que não viu nem ouviu:

- a moderação (tendenciosa?) de Fátima Campos Ferreira, lesta a interromper os demais interlocutores e deixando explanar, ad eternum, os pontos de vista de Jorge Lacão, a quem não faltaram os velhos tiques dos socialistas, de "palavreado" fácil e arrogância q.b. e, ainda a entrevistadora, matraqueando com inusitada insistência o slogan "Banco laranja", que, para além da tosse, lançava, mesmo fora do contexto da discussão;

- a agressividade com que Jorge Lacão defendia a sua dama de S. Bento e o conde do B.P., não permitindo que Bernardino Soares ou Mota Pinto o interrompessem ou questionassem enquanto descompactava o download da cartilha PS e, não raras vezes, a exemplo da moderadora, interrompendo aqueles representantes partidários, mal estes iniciavam a exposição dos seus argumentos.
Hilariante, o máximo espoente da noite em demagogia politica, foi a descoberta por parte do representante do PS de que a descida da taxa "Euribor"se deve à forma como este governo enfrentou a crise financeira e o caso BPN. Mais do que hilariante, considero este dislate uma verdadeira ofensa aos portugueses, mesmo aos que, como eu, nunca leram um tratado de Economia. Como se o burro da Euribor descesse a serra puxado pelas orelhas por qualquer homem das Finaças deste governo!!!!
Os tiques e os truques são já demasiados por parte do espectro do partido do governo, para que não ressaltem à vista e entendimento dos mais incautos. O desfocar da substância das discussões importantes está a ser táctica igualmente já indisfarçável, tantas vezes tentam mudar as agulhas sempre que sentem o comboio perto da estação certa, valorizando banalidades em desfavor dos assuntos de relevo para a vida nacional, sempre que estes vêm à liça pela voz da oposição.

Mas, faça-se justiça, a máquina socialista está bem oleada. A engrenagem do Governo à Assembleia, passando por toda uma legião externa de apoio e propaganda, composta por lambe botas, oportunistas e arrivistas arrebanhados, está a funcionar em pleno: aprenderam bem a lição do mestre e lêem todos pela mesma cartilha.

E, desenganem-se, não estive a escrever sobre a Madeira!

segunda-feira, 10 de novembro de 2008

Ainda o Ensino em Lafões


"ESCOLAS DE LAFÕES LONGE DOS LUGARES DE DESTAQUE"


Sob este título, o Notícias de Vouzela, um semanário regionalista que eu muito prezo desde os anos da juventude, publicou, pelo punho da sua apreciada repórter Salete Costa, um artigo em que, recorrendo a alguns dados concretos e a alguma argumentação pessoal, defrauda, no essencial, o que por aqui escrevi a propósito da avaliação escolar nos estabelecimentos de ensino da Região de Lafões.
Partindo da premissa que o valor semântico que a colunista atribui a "destaque" aponta para os lugares do topo no ranking nacional, nada mais nos resta do que reconhecer que, nesse contexto, e de facto, nenhuma Escola de Lafões alcançou os lugares habituais da Vanessa Fernandes ou do Cristiano Ronaldo.
De toda a forma, se não se verificou o destaque pela positiva, não é menos verdade que nenhuma se destacou pela negativa.
Como convinha, na opinião que fui exprimindo neste blog, em que ressaltou a minha satisfação, não deixei de ter em conta os elementos condicionadores do aproveitamento escolar da região em que as escolas estão implantadas, com especial relevo para o que a autora sublinhou no seu texto: "A interioridade em contraste com a cidade, a selecção dos alunos face à heterogeneidade dos inscritos onde não há escolha possível, o acompanhamento em comparação com a falta de quase tudo..."
E considerando eu que nenhum dos três concelhos em apreço está imune aos factores de interioridade, passe o notório desenvolvimento já alcançado em determinados sectores, dispenso-me de mais análises para constatar o óbvio.
O óbvio que é, muito especialmente no que ao ensino da Escola Secundária de São Pedro do Sul, e sendo dispensáveis quaisquer comparações com anos anteriores, pois o que nos move é o Presente e o Futuro, o 162º lugar entre 610 estabelecimentos (fonte C.M.), o que, para além de não desmerecer, é uma honrosa fasquia alcançada no ranking geral.
Sendo assim, nada de substancial se alterou no meu propósito de felicitar o desempenho daquela Escola. Redobrando mesmo os parabéns, ao saber que e Estabelecimnto de Ensino, a nível dos resultados finais do 9º Ano, se guindou ao 5º lugar entre as 64 escolas do Distrito de Viseu, sendo a 3ª das melhores escolas públicas
Acresce, ainda, dar nota, e ter em conta, das condições em que o professorado do País é obrigado a trabalhar. A degradação do estatuto dos professores, o esvaziamento (programado ou não) da sua imagem e dignidade junto da opinião pública, por via das medidas governamentais, fruto da teimosia e arrogância da tutela, não são materiais apropriados para a moldagem dum quadro educacional propício a um Ensino interessado e dum clima de paz e confiança.
Sinais bem evidentes são uma perceptível intenção governamental de se libertar da responsabilidade da educação pública, imputando-a às Autarquias, sem que se conheçam bem as contrapartidas monetárias para que estas possam assumir tal encargo e, a outro nível, as dificuldades com que as Universidades estatais sobrevivem e que, sem verbas, anunciam uma agonia breve, enquanto o Governo parece ir lavando as mãos, donde só saem Magalhães.
Assim, só me resta saudar, mais uma vez, os professores, pais e alunos de Lafões, com a relevância merecida para a Escola Secundária de São Pedro do Sul e incentivá-los a prosseguirem com entusiasmo o seu labor em prol do homens do Amanhã.

quinta-feira, 6 de novembro de 2008

Descontentamento nas F. A.


"Se os antigos combatentes, que foram obrigados a lutar em África convencidos de que o faziam em nome da Pátria, são tratados de forma tão humilhante, como viremos a ser encarados nós, combatentes de Hoje, que somos compelidos a lutar em pátrias e causas alheias"?
Por estas ou palavras similares desabafava um jovem militar, quando, numa roda de amigos, se discutia o indisfarçável mal-estar que vai grassando nas nossas Forças Armadas.
Mais do que nos vencimentos, no corte na saúde e noutras regalias e direitos adquiridos e noutras compensações pela condição militar, o meio castrense sente-se maltratado, achincalhado na sua secular dignidade.
E, sentindo-se defraudado nos seus interesses pessoais e perspectivas prometidas, não deixa de sentir-se magoado, também, pelo desapreço que o Estado, a Sociedade e os governos vêm demonstrando, ao longo de décadas, por toda uma geração que verteu sangue, suor e lágrimas e a quem o Poder mandou lutar por terras que, teimosamente, lhes ensinaram serem parte da Pátria.
E se sabemos que para lá dos obuses, dos canhões, das metralhadoras, os soldados têm alma e pensamento, bem pode o senhor Ministro da tutela vir asseverar que o ambiente vivido no seio das Forças Armadas é sereno e normal, dando por garantia as informações das Chefias que nós, espectadores interessados, cremos tanto nisso, como acreditámos quando, em 1974, Marcelo quis convencer o Povo de que o beija-mão que a "Brigada do Reumático" lhe proporcionou foi sinónimo de que tudo estava em Paz nas F.A.
Com uma única diferença: que ora se não seguirá nenhum Golpe revolucionário.
Golpes, agora, e em democracia, só mesmo os que vêm a ser dados nos anseios quer dos militares, quer nos de todos os cidadãos deste País!