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quinta-feira, 30 de outubro de 2008

salário mínimo


É óbvio que o frenesim eleitoralista pesou na decisão. Não é menos certo que o aumento do salário mínimo, mais do que implicar agravamento da despesa pública, afectará as empresas privadas, sobretudo as médias e pequenas. Igualmente sabemos que, bem ao contrário, as pensões de reforma, da responsabilidade do Estado para com aqueles que trabalharam e descontaram toda uma vida, são forte e sucessivamente penalizadas.

Ainda assim, sabendo-se que este ajustamento já havia sido, em 2006, acordado em sede de Concertação Social e que somos dos parceiros europeus com o SMN mais baixo, não entendo que seja muito legítima a forte reacção negativa de alguns sectores.

É entendimento comum que este governo não tem cumprido muitas das promessas eleitorais e outros compromissos assumidos. Nunca deixámos de o reclamar e, por causa disso, difícil será certificá-lo como instituição de boa fé política e fiel palavra.

Parece-me, pois, passe o facto de ter dado este passo pela proximidade do ciclo eleitoral, Sócrates deu forma a um compromisso, desta feita com os parceiros sociais, facto que, sendo coisa rara, não merece o clamor de reprovação que se levantou por parte de alguns empresários e adversários políticos.

Clamor discordante que, aliás, e vá-se lá saber, seria mesmo o que Sócrates e a sua máquina de propaganda mais desejavam.
Se foi, o peixe mordeu o anzol......mas não vem mal ao Mundo e a Portugal que qualquer trabalhador, por menos qualificado que seja, receba € 450 pelo labor!