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quinta-feira, 15 de novembro de 2007

Moçãmedes

Moçãmedes (Vouzela/Viseu)

Moçamedes (Namibe)

A minha saudosa mãe, que era natural de Angola e donde regressou ainda criança, com a minha avó e irmãos, após o meu avô que era oficial do exército, ali falecer em combate numa denominada "Guerra da da Areia"(?), já me havia aflorado que não era mera coincidência o facto da aldeia de origem dos meus ancestrais (pelo ramo paterno) e uma jovem cidade angolana terem o mesmo topónimo. Já em 1977, o meu pai, que acabara de regressar de Moçambique e abrira um Café/Bar na aldeia, fez-me saber que fora contactado por um grupo de oriundos de Moçãmedes (Angola), que haviam manifestado a intenção de ali se juntarem num convívio/almoço.
Só então. movido pela curiosidade, decidi saber, em pormenor, das relações toponímicas de duas terras tão distantes.
E, ainda em finais dos anos setenta, escrevi o texto que vou reproduzir, apenas nas partes relevantes:


MOÇÃMEDES

Se por mais não fosse, ainda que passível de contestação, bastaria para justificar este "recordar origens", a introdução de Pinho Leal na sua obra "Portugal Antigo e Moderno", ao referir-se às vilas e aldeias deste país, em 1873: "Se estas são notáveis, por serem pátrias de homens célebres, por batalhas e outros factos importantes que neles tiveram lugar, por serem solares de famílias nobres ou por monumentos de qualquer natureza ali existentes".
Não está bem esclarecida a origem do topónimo Moçãmedes, mas estudiosos a quem o assunto mereceu atenção, convergem na sua raiz árabe. Há quem opine que Muçãmedes, como foi inicialmente designada aquela povoação, poderá derivar de "Muça-Medina" (cidade de Muça), facilmente convertível em Muçãmedes. Muçamudes eram, também, os habitantes de Muçaun. Outros defendem que Moçãmedes é o plural de "Masmuda", nome arabizado duma das muitas tribos que por lá passaram e habitaram.
Não raro, quando digo da minha naturalidade, vejo a dúvida estampada nos olhos dos meus interlocutores. Voa-lhes, numa inculpada ignorância, o pensamento para Angola, onde se situa, na costa sul, uma bela cidade do mesmo nome. Também neste caso a "filha cresceu mais do que a mãe"!
Foi um dos nobres senhores de Moçãmedes (14º), o 1º Barão de Moçãmedes, José de Almeida e Vasconcelos, ao tempo Governador de Angola, quem, em 1785, inspirou o padrinho da cidade africana. Padrinho que foi o Tenente-Coronel Pinheiro Furtado, quando, numa das suas explorações pela costa de Angola, fundeou na "Angra dos Negros" em 3 de Agosto daquele ano e que, em homenagem (bajulação?) ao Governador, baptizou o porto de mar onde se abrigara e que veria desabrochar, em 1840, a jovem cidade de Moçãmedes.
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Recuando à doação, o documento que legitimou a concessão de Moçãmedes a D. Fernão Pires, escrito pelo punho do próprio e, ainda, Infante D. Afonso Henriques, encontrava-se, há alguns anos, nos arquivos da Sé de Lamego.
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.... Depois de Gonçalo Pires de Almeida, de quem descenderam os Condes da Lapa, ramo dos "Almeida", família de nobres tradições na região de Viseu, a povoação (villa, como era conhecida naqueles tempos), manteve-se, desde 30 de Janeiro de 1410, na posse dos descendentes dos Almeida, até ao século XX........................................................................................................................
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in WIKIPEDIA:
Barão de Mossâmedes (ou barão de Moçâmedes) foi um título criado por carta de 13 de Agosto de 1779, da rainha D. Maria I, a favor de José de Almeida e Vasconcelos, um militar e governador-geral de Angola. O título deriva do Reguendo de Mossâmedes (na Beira), propriedade concedida aos seus antepassados em 1388. A cidade de Moçâmedes, actual Namibe, foi assim baptizada em homenagem ao 1.º barão, então governador-geral de Angola.