Ainda não esquecemos o caso do Professor Charrua protagonizado pela responsável da DREN (Direcção Regional de Educação do Norte), Margarida Moreira.
Recordemo-nos que, o tão conhecido "delito de opinião" foi de imediato sancionado por aquela Directora que, brandindo a espada da rosa, castigou, de imediato, o laranja Fernando Charrua com pena de suspensão, sem, no mínimo aguardar pela decisão dos tribunais, a quem fez conhecer do processo, por intermédio do Ministério Público.
Também nos lembramos que, numa reunião com o Presidente da Câmara de Vieira do Minho, o Padre Albino Carneiro, também ele laranja, mais uma vez aquela senhora brandiu a sua espada rosa, aconselhando o autarca a ir "rezar missas".
Fosse pelo reconhecimento dos seus méritos, fosse pela destreza manejar a tal espada rosa, o facto é que esta senhora foi reconduzida no cargo. E lá está, poderosa e soberana!
Chegam-nos, agora, noticias dos abusos de um professor de Música duma das escolas tuteladas pela mesma Directora da DREN, Margarida Moreira. Segundo elas, aquele docente, ia acenando com facilidades nos testes do Dó, Ré, Mi a troco de favores sexuais das suas alunas menores.
Tal como no caso Charrua, o processo corre os seus trâmites nos tribunais.
Mas, e é aqui que radica a minha estupefacção pela flagrante dualidade de critérios, o homem da batuta continua, a dar as suas aulas solfejo a alunos menores, enquanto aguarda pelo julgamento.Escuda-se a mesma Directora da DREN no facto do Juiz de Instrução não haver decidido pela sua suspensão, limitando-se a proibi-lo de contactar as menores objecto dos seus desafinados acordes....
O que não colhe. Ela mesma não esperou por qualquer decisão judicial para suspender o Professor Charrua. E, tenho para mim, que nem há comparação possível entre os delitos de que foram acusados. Se é que o primeiro cometeu algum delito ao manifestar o seu descontentamento pela forma desastrada como este país está a ser governado! Por fazer uso dum direito consagrado em democracia!....
Os casos que venho aflorando e outros que se foram conhecendo e em que aquela senhora deixou bem evidente a partidarização das suas medidas persecutórias, dão-me o direito, e a preocupação, de pensar que estamos a voltar aos tempos das perseguições políticas. Melhor esclarecido ficarei, quando souber da filiação partidária do "sortudo" Professor de Música...
Não que pretenda condenar a Rosa e proteger a Laranja. Não caio nessa esparrela mental: os denunciados de hoje, até poderão vir a ser os acusadores de amanhã.
O que me perturba é esta comichenta sensação de estar, de novo,na eminência de viver tempos de despotismo, arrogância e injustiça e em que se protegem os poderosos e apaniguados, enquanto se perseguem os que o não são.
E, já agora, porque nestas minha divagações os "abusos sexuais" vieram de novo à berlinda, quando poderemos saber dos autores daquela estranha alteração a um preceito do Código Penal que consagrou o "crime continuado", permitindo que esses predadores possam ser punidos por um só crime, mesmo que hajam abusado n vezes da sua vítima?!
Urge essa transparência. Doa a quem doer. Que um Poder de sombras, nunca será farol para um Povo que quer luz!