Tenho por hábito, sempre que escrevo sobre a "guerra colonial", justificar o acto com a necessidade de exorcizar os meus fantasmas.
Nada de mais errado: ela, aquela "malvada", ficou-me entranhada na alma, agarrou-se que nem uma lapa na memória, gravada para sempre no disco rígido do meu subconsciente!
Já há muito que desisti de esquecer aquela guerra... que vivi, intensamente.
Lembro a minha - que é a que mais dói -, mas não esqueço a de muitos milhares de jovens que, como eu, trilharam aquelas picadas da raiva.
E penso, penso muito, nos milhares que tombaram em África e nos que, sobrevivendo, lutam ainda por debelar da alma dores que só eles sentem e compreendem.
Foi em Moçambique que o meu "destino" militar se cumpriu. Mas foi Angola, a terra-berço de minha mãe, e onde uma guerra mais antiga me privou do avô materno (que era oficial de carreira) e que não conheci, que tudo começou.....
Não é descabido, e com alguma mágoa, terminar com uma contestação: ESQUECEU-SE MAIS DEPRESSA A PÁTRIA DOS SEUS COMBATENTES QUE ESTES DA GUERRA QUE VIVERAM!