O caso Maddie continua a dominar as primeiras páginas dos matutinos e a abrir os serviços informativos da Rádio e TV. Não há volta a dar-lhes!... Mantenho a desconfiança que nutro pelos ingleses, enquanto nação ciosa dos seus pergaminhos, sempre disponível para fazer alarde duma convicta assunção de povo escolhido, de padrão exemplar. Mas não confundamos: não é justo, nem humano que - por mera desforra mental -passemos a acusar, desde já, os pais de Maddie seja do que for, para além de os censurar pelo abandono dos filhos, enquanto jantavam. Por mais evidentes indícios que nos sejam dados a conhecer, eles continuam inocentes. Não me revejo em julgamentos populares, tantas vezes, alicerçados em factos de duvidosa consistência, não poucas vezes fabricados ou empolados por órgãos de comunicação com o objectivo de aumentarem as tiragens ou nível de audiências. Juridicamente, a condição de arguido, não é a de acusado, nem, muito menos, a de condenado. Prefiro confiar na Justiça e aguardar o seu veredicto que, por mais entorpecida ou falível que nos vá parecendo, é sempre bem mais fiável e justa do que apriorísticas condenações de rua.
O que espero bem é que este mediático caso não sirva de manto a processos que, enquanto cidadãos atentos deste país que é o nosso, se vão arrastando no tempo....e caindo, dispersos no esquecimento. Casos como os da Casa Pia, Apito Dourado e outros de elevada acuidade na nossa escala de valores, tão ou mais preocupantes que este da infortunada Maddie, não podem ser ofuscados por este de tanta luminosidade....ou artifical brilho!....