... Nas tardes quentes, depois de dum caril de caranguejo ou duma simples omeleta de espargos no Pólo Sul, generosamente regados por uma Laurentina bem fresca, perdia-me nas horas, esquecia-me de tudo, enquanto contemplava a vasta Baía, ali bem aos pés, de águas serenas e pensativas.
Já mais tarde, após umas chamuças ou um picante sarapatel na esplanada do Monteiro, no refrescante parque da cidade, era inevitável um passeio mais demorado pela marginal, até Wimbe e Maringanha.
Era o retemperar de energias, à mistura com um sequioso sorver do gozo que a Natureza, nunca totalmente explorada, nos oferecia naquela cidade e zona envolvente, enquanto não regressava aos afazeres no mato, das quizumbas e dos "petromax" mas também de gente...
Porto Amélia dos anos sessenta e primeira metade da década de setenta, era o destino inevitável de quem demandava ou labutava em Cabo Delgado, nas mais diversas actividades. Cidade linda, que o Índico beijava, berço de dois dos meus filhos, ficou em mim, como a imagem nítida dum sorriso de futuro, dum sonho de vida.
O "despertar" desse sonho foi doloroso, mas ela, aquela jovem linda que me acolheu, agora Pemba, lá continua, esbelta e convidativa, terra com futuro, alheia à insconstante vontade dos homens....para lá do tempo....para lá do sonho......
Visitem-na comigo, nestas viagens imaginárias, à distância dum CLIC: