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quinta-feira, 19 de março de 2009

No mínimo, estranho!

Nunca tive simpatia por grupelhos extremistas que privilegiam a razão da força e da violência em prejuízo da força da razão.
Por mais nobres que sejam, em abstracto, os desígnios que os movem ou os valores que pretendem preservar ou dedender, em democracia não há lugar para fundamentalismos e recurso a meios ilegítimos para a luta por ideais.
Mário Machado,é a face mais visível dum desses movimentos, acusado de actos pelos quais não posso nutrir qualquer simpatia.
Como, do mesmo modo, não aprovo, nem apoio, outros grupelhos que se manifestam destruindo montras e carros ou ceifando campos de milho. Muito menos pela versão algarvia dos Hells Angels, provado que seja que alguns dos seus elementos recorreram ou praticam agressões, tráfico de droga e armas.
Num Estado de Direito, não há extremismos bons, nem de um vector nem de outro, muito menos quando o seu lema é a violência gratuita.
O que estranho, a serem fidedignas as notícias veiculadas pelos órgãos de comunicação social, é a detenção de Mário Machado, com negação do direito à imediata presença do seu advogado. Mais incrédulo, ainda, se a razão por aqueles trazida a público for a simples suspeita de agressão, sem que a hipotética vítima haja, por si ou interposta pessoa, tão pouco, apresentado queixa pelo facto.
Estranho mais, ainda, quando recordo os assassinos confessos que aguardam, na paz da sua residência, que os tribunais julguem os seus crimes. E, alguns deles, hediondos!....
Estará alguém interessado em fazer de Mário Machado um herói-mártir, o "Che Guevara" da extrema-direita portuguesa?

Ou a "história" da sua detenção, ocorrida ontem, tem outros contornos?
Estranho!