Depois de ler o "Noticias de Vouzela", de 27/3, e os principais matutinos de hoje, constatei o que, desde o início deste processo, já pressentia : o S.A.P. de Vouzela, como muitos outros, não se limitaria ao encerramento das 24 às 08H00. Mais do que uma questão de horário, a meta final da politica de saúde é o esvaziamento das unidades do interior a a concentração dos Serviços nos grandes centros, em unidades hospitalares já por si sobrecarregadas e em actual ou previsível rotura a curto prazo.
Sirva-se quem quiser dos eufemismos mais caritativos, eu continuo a chamar a todos os encerramentos e à debilitação da prestação dos cuidados de saúde uma ignóbil medida governativa, com fins economicistas e não sei se, em alguns casos, com motivações politico partidárias.
Reprováveis e irresponsáveis, na medida em que, para além do desprezo que o governo central mostra nutrir pelo interior, se repercutem, irremediavelmente, e, diria mesmo, de forma humilhante, vexatória, na qualidade de vida das pessoas que habitam e labutam por essas terras.
Não se dissimule a asneira com o manto do virtuosismo das reformas de que a máquina estatal necessita e que sabemos aplaudir, quando substantivadas na procura do bem comum. Mas, erros deles, má fortuna nossa: o que falta em vergonha e sensibilidade social, sobeja em arrogância e irresponsabilidade, a caminho duma Sociedade em que um cifrão ou € vale mais do que uma vida!
Que nunca se calem as vozes da Razão. Que os vouzelenses se não dêem por vencidos!