ONTEM:
Escreveu-se e falou-se de futebol, do Benfica-Porto, das
melenas do Nuno Gomes, das
sapatadas do Bruno Alves, dos palpites do
Jesualdo, dos desígnios do Camacho.
Escreveu-se e falou-se da vinda do ditador
Mugabe, das indecisões da nossa diplomacia à
rabujice teimosa do Primeiro Ministro Inglês.
Escreveu-se e falou-se da Greve Geral de Sexta, dos magros números do Governo, dos números gordos dos sindicatos.
Escreveu-se e falou-se das eleições na Ordem dos Advogados e, também, da
Merche, da
Maya, do Castelo Branco, da Floribela, dos Morangos....
E, até, se escreveu e falou do aniversário do Saramago, o homem da União Ibérica, da presença do Ministro da Cultura de Espanha à ausência da portuguesa.
Pouco ou nada se escreveu ou falou das razões do feriado, da efeméride que o sustenta no calendário nacional!
Para além de uma centena de rapazes do
PNR, que apenas se representam a eles próprios, que outras celebrações nos foram dadas a conhecer?
Portugal perdeu a memória e vai perdendo a identidade.
Embandeira em arco com Tratados Europeus, enquanto a consciência nacional se esboroa em menoridade dependente e estende, para fora, para longe, os braços cansados de corpos à mingua, esquecendo, na atroz voragem duma asfixia global, as próprias raízes que o sustentam enquanto Nação de séculos!
Glosando o poeta:
Pátria minha, gentil, que te partiste tão cedo desta vida, descontente.....