Ora, a propósito da acusação que MFL faz de que Sócrates, ou o Governo, teria mandado um jornalista da Lusa, a Agência de Comunicação pública, e por todos nós sustentada, para, junto dos socialistas espanhóis, fazer "queixinhas" por aquela líder da oposição não apoiar o TGV.
A ser verdade, para além de ser mais uma para o anedotário nacional, um trabalhinho de mais uma toupeira, o acto em si nem me chega a irritar. Provoca-me um riso amarelado, ao pensar no medo que os zapateiros espanhóis podem provocar nos portugueses que não aprovam o avião terrestre que se prevê trazer meia dúzia de espanholas desde a raia para curtirem nas Docas de Lisboa!
E vem acima:
Terça-feira, 18 de Novembro de 2008
As toupeiras
"Máquina eleitoral e uma máquina de poder, que deixou de ter vida própria e autónoma"
São as palavras de Manuel Alegre, ao classificar o partido político de que é militante.
"Máquina eleitoral" e "máquina de poder" duas condições que, na acção, podem trazer alguma credibilidade ao que se vai dizendo de boca em boca e em desabafos nos blogs que pululam na net, de que o PS, para além dos apaniguados de sempre e outros oportunistas e militantes convictos, tem avençados, por si ou por interpostas agências, comentaristas profissionais, controlados por assessores de comunicação, que desenvolvem um autêntico trabalho de toupeiras da Informação.
Diz-se que essas toupeiras, para lá de outros serviços junto dos órgãos de comunicação social, têm por missão trabalhos de sapa no espaço virtual, onde serão olheiros atentos e interventores residentes, procurando, sistematicamente, desmontar peças de opinião que sejam perversas ao governo ou incómodas para as forças do Largo do Rato.
Não tenho meios para comprovar a existência de tais toupeiras mercenárias, mas a existirem, esse fenómeno de comentadores profissionais que, sem ideologia própria ou militante, se colocam ao serviço de "marketing" partidários, evocou-me o que se passava nos já longínquos anos do PREC.
Esses, sim, episódios que comprovei e vivi.
Decorria o atribulado ano de 1975. Os partidos políticos despontavam como cogumelos, as paredes, os prédios de Lisboa, iam ficando atapetados de slogans e mensagens políticas, de tal forma que nem as paredes interiores da Assembleia Constituinte escapava ao furor da propaganda partidária.
Numa tarde primaveril, ali ao Largo do Calvário, no edifício da Promotora, um grupo de quatro jovens, armados de balde e braçadas de papéis, colavam cartazes, na falta de mais espaço livre, por cima dos já existentes.
Curioso, por não haver deslindado, ao primeiro olhar, qual o novo partido em promoção nos lençóis publicitários que os rapazes iam abrindo, interroguei-os acerca do projecto social defendido para o país por aquela força política.
A resposta veio célere e em uníssono:
- Sabemos lá nós! O que nos interessa é que eles nos paguem no fim do trabalho!
Tal como as bruxas, nunca vi toupeiras, mas que as há, há!