Autora de muitas obras poéticas, desde há muitas décadas, Glória de Sant'Anna deixou marca indelével em gerações que passaram por Pemba, aquela idílica cidade no Norte de Moçambique, e de quem foi Professora, em todas as vertentes educativas. Mestre, conselheira, amiga, arrebatou os corações dos jovens que tiveram a dita de serem seus alunos.
E é, Hoje, vulgar, nas reuniões, nos encontros e convívios das Gentes ligadas a Moçambique, a recordação saudosa daquela Senhora que, para além de educadora de mérito, transmitiu aos seus alunos a sensibilidade e a alma da sua poesia, impregnada das cores e dos cheiros daquelas terras do Índico em que as suas vida mergulharam.
Mas, para um conhecimento mais profundo de Glória de Sant'Anna e da Familia Andrade Paes, nada melhor que uma incursão amiga a território do pembista e, também, seu discípulo, Jaime Gabão, por aqui: http://br.geocities.com/andradepaes/
E, numa singela homenagem à grande mestre e poetisa, um poema seu, simultaneamente belo e singelo, em versos rimados no canto melodioso e singular dum MARAPI, aquele pequeno sapinho que pula irrequieto, de tronco em tronco, depois do cacimbo da noite ou das chuvas tropicais, de Moçambique e que, ora, fica por aqui a saltitar nas margens frescas deste meu Vouguinha, vaidoso por o receber no seu leito:
Pousado na fímbria
da sua música
marapi enche a manhã
da próxima chuva.
Sobre o talo verde
em que se apoia
é branco de jaspe
atento e redondo.
Olha-me e sabe
que sou um intruso
e garganta de oiro
murcha de súbito.
Mas está dado o aviso
por sua música
à longa transparência
toda húmida
Glória de Sant'Anna - in AMARANTO
E a mim, que não tive o privilégio de a ter como Mestre, sorte que apenas coube aos meus três irmãos, só por isso e pela sua sensibilidade e mestria poéticas, que soube transmitir aos seus filhos, me é permitido dizer-lhe:
OBRIGADO!