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quarta-feira, 29 de abril de 2009

A morte dos majores

Com o livro 10 da colecção "Os Anos da Guerra Colonial", hoje posto à venda, de autoria de Matos Gomes e Aniceto Afonso, vem, como já é habitual, mais um pequeno fascículo. Este, intitulado "A morte dos majores", relata-nos as circunstâncias macabras em que perderam a vida três majores, um alferes e três guias, todos desarmados e que haviam combinado um encontro para diálogo com comandantes locais do PAIGC.
Vítimas de balas e de profundos cortes com armas brancas (catanas ou punhais), os corpos foram encontrados, no local da cilada, horrivelmente mutilados, num arrepiante espectáculo que só veio a ter horripilantes semelhanças com o recente assassínio de Nino Vieira, que era, ao tempo da morte dos majores, um dos mais prestigiados comandantes e membros da cúpula daquele movimento.
Curvo-me, quase 40 anos depois, à memória daqueles "soldados" a quem nem tão pouco foi dada a oportunidade de morrerem de armas na mão, pois o seu combate era o da busca da Paz!
Crimes de guerra que são, afinal, manchas colectivas nas consciências das partes em confronto e, sobretudo, nas daqueles que, isoladamente, praticavam actos que iam para além dos seus deveres de combatentes, à revelia dos códigos e da sua condição humana!
Que repousem em Paz, estas e as muitas vítimas daquela guerra e que os lembremos nós, ex-combatentes, já que a Pátria, ao que parece, há muito os esqueceu!