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sexta-feira, 11 de janeiro de 2008

Alcochete, toujours!

Não importa, agora, averiguarmos da paternidade do "Jamais". Poupamos nos testes de ADN o que alguém já gastou com o registo da marca.
Nem acresce nada virmos, a destempo, dissecar o conceito que Mário Lino tem de deserto.
Parece, digo bem, parece que a decisão está tomada: o novo aeroporto será na Margem Sul, vingou a opção Alcochete. A escolha governamental é a que, da leitura dos exaustivos estudos, efectuados por quem é suposto saber da matéria, se apresenta com mais vantagens e viabilidade técnica.
Sempre me foi indiferente o local de implantação. Como, penso, o terá sido para milhões de portugueses. A preocupação centrava-se, apenas, numa decisão final que, dando resposta às necessidades de tráfego aéreo do País, além do mais, salvaguardasse o nosso depauperado erário público.
E sentimo-nos satisfeitos e aliviados por sabermos que, debelada a estranha teimosia do Ministro da Tutela, o Governo soube reconhecer o erro e emendar a mão. Bem ao contrário do que a sua indisfarçável e habitual arrogância nos fazia crer.
Ganharam todos: o Senhor Sócrates que marcou alguns trunfos na sua imagem em degradação e o País e os seus "dilectos" contribuintes.
Inconformadas ficaram, como compreendemos, as gentes do Oeste. Também elas virão a entender que as legítimas aspirações de alguns não podem sobrepor-se aos interesses do todo nacional.
E, por mais que reconheçamos da justeza das compensações de que os concelhos de Alenquer e limítrofes são credores, apurados que sejam os condicionalismos a que se viram obrigados pela perspectiva da opção OTA, há um receio que me assalta: é que alguns "espertalhões" que, de 1997 a 2000, após ouvirem o "sussurro" da Ota pelos corredores do Poder, foram, em passo de corrida, comprar terrenos na zona por "tuta e meia", venham a colher dividendos dessas compensações, vendo premiada a sua ganância especulativa.
É que, mesmo sem alinharmos em teorias da conspiração, não nos custa a crer que, mais do que o Ministro, hajam sido eles, e seus apaniguados, quem, esticando a corda para a opção Ota, tenha inspirado as atoardas com que aquele mimoseou a Margem Sul e os seus habitantes.
Bem infelizes e evitáveis, quando, finalmente, o azeite vem à tona da água, de Alcochete!
E, a ser assim, no exercício da nossa peculiar tolerância, e sem deixarmos de continuar vigilantes: perdoe-se o Ministro Mário Lino!