sábado, 2 de maio de 2009

Maio, maduro Maio!

É evidente, ninguém de bom senso e com um mínimo de civismo deixará de condenar a forma como Vital Moreira, o candidato independente que encabeça a lista do PS às eleições europeias, foi recebido na manifestação da CGTP comemorativa do 1º de Maio.
Mais entendo que, em democracia, são intoleráveis agressões físicas (que, por acaso ainda não consegui visualizar, para além dos impropérios, estes bem audíveis) sejam quais forem as opções políticas de cada cidadão livre.
Quanto a isso, estaremos todos de acordo.
Passando ao campo dos contornos a montante do acontecimento, pressinto que Vital Moreira, condição abrangente à maioria dos políticos de poleiro e de intelectuais e pensadores ensimesmados, planando em nuvens fora da órbita do sentir popular, não conhecem a realidade no terreno, o desespero e a revolta dos que se sentem defraudados e aviltados com promessas não cumpridas, por politicas incompreensíveis e por medidas nem sempre justas e assertivas.
Foi, Mário Soares quem reconheceu o direito à indignação. E quem, no quadro actual, seja qual for o seu pendor partidário, sente, na sua vida e na dos familiares a cargo, as agruras das duas crises (a jovem Externa e a madura Interna), não pode deixar de indignar-se.
Conhecesse o candidato socialista, ou a estrutura do partido que representa, o clima que se vive no país real, por baixo das tais nuvens onde vão congeminando a governação, e limitar-se-ia a acção de campanha eleitoral junto das hostes da UGT, esta mais representativa da rosa de que quer ser pétala!Passe o facto de não serem inéditas agressões entre facções socialistas, se nos lembramos de Francisco Assis em Felgueiras e da campanha de Sousa Franco em Matosinhos....
A não ser que, o que não posso asseverar, procurasse mesmo uma encenada vitimização, um estratagema tão caro aos socialistas, desde que Mário Soares levou uma palmada dum vidreiro da Marinha Grande e daí terá colhido bons frutos na candidatura presidencial.
Certo é que o seu primeiro desabafo foi um verdadeiro autocolante ao incidente em que o fundador do partido se viu envolvido há largos anos...
Vir o porta-voz e outros ilustres socialistas responsabilizarem a CGTP e, com especial ferrete, o PCP, pelos incidentes é que não colhe e, no meu entender, não passa mesmo dum aproveitamento partidário e eleitoralista que só os papalvos -e, infelizmente parece haver muitos -, não entenderão.
Em suma, com a mesma intensidade com que condeno as eventuais e intoleráveis agressões ao candidato às europeias, reprovo o aproveitamento, a estafada vitimização, que, pelo que vamos vendo e ouvindo, vai tomando forma e avolumando........a caminho das Eleições!

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