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sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

É Carnaval....ninguém leva a mal!






Não que o caso tenha, em si, alguma relevância. Preocupados com assuntos bem mais sérios e angustiantes, a braços com duas crises, a interna desde os tempos de Guterres, continuada no interregno laranja e agravada com Sócrates, e a externa, desde há um ano, com o desmoronar do baralho financeiro mundial, bem que o episódio carnavalesco das terras saloias não merecerá o foco da nossa atenção.
Mas é Carnaval, e por isso mesmo, não fica mal tirar um pouco da máscara a este entrudo censório que se vem afirmando, de braço dado com a corrupção e outros superiores desmandos, no palco nacional.
Nem é tanto pela atitude do magistrado, sabe-se lá se apanhado no logro da bufice. Nem do retirar da tela do "Magalhães" aquelas pernocas desnudadas em "acto solene" pelo notificado Presidente da Câmara de Torres Vedras. Nem, muito menos, por imaginar o labor insano que teriam os nossos magistrados em apagar das televisões, dos jornais, das revistas, da Internet, aqueles nacos carnudos expostos em qualquer sítio, a qualquer hora, à voragem gulotona dos olhares de jovens e menos jovens!
O atentado ao pudor estaria nas pernocas ou no Magalhães?!
O que me pode provocar alguma azia é saber que esta prática tacanha e mesquinha da denúncia bufa está, no consulado socialista, a ganhar estatuto de direito consuetudinário, voltando, como noutros tempos, que ainda recordamos, a ser um meio lambuzento que bajuladores e arrivistas utilizam para agradar às chefias. É assim, e sobretudo, nos ambientes de trabalho em que incompetentes profissionais procuram suprir as lacunas da sua formação funcional, com a sua fidelidade canina aos Chefes, delatando, e mentindo muitas das vezes, os seus próprios colegas de trabalho.
E azia mais enervante por ter a percepção de que há espectros partidários que não se demarcam, publicamente, de tais práticas sabujas.
Não sei se estou a ser injusto, porque só os burros é que não mudam, mas, recuando umas décadas, estou a lembrar-me dos comissários ou dirigentes da Mocidade Portuguesa de três estabelecimentos de ensino que frequentei. Eram, como o contexto político de então lhes requeria, acérrimos defensores de tudo que ao Poder instituído respeitasse. Eram os olheiros atentos e dedicados informadores dos Directores escolares. Hoje, refiro-o por mera curiosidade, ou talvez não, assumem-se como ferrenhos e destacados militantes (penso que, dois deles, dirigentes concelhios) do Partido que, actualmente, nos governa! Meras coincidências?
E vou ficar por aqui, antes que os censores ou as toupeiras me esfarrapem e fique com uma bola de Berlim destapada, como o Ronaldo!